sábado, 30 de julho de 2011

Apagando velinhas

O mês de julho poderia ser chamado de "mês de apagar velinhas" pelo menos para mim. Em julho comemoro meu aniversário, aniversário do meu pai e de duas grandes amigas: Cilene e Priscila.
Quando eu era criança tinha poucos amigos. Andava pelas ruas da terrinha perdida nos próprios pensamentos. A menina de cachinhos ao vento gostava de ser sozinha.
Cresceu.
Pouco a pouco, foram se aproximando pessoas que mudavam o instante em que chegavam. Não o instante em que chegavam perto de mim, mas quando estavam presentes DENTRO de mim. Em meu coração. Pude descobrir o verdadeiro significado de SER amigo. A menina de cachinhos ao vento não quer mais ser sozinha.
Mencionar todos os queridos amigos aqui seria uma tarefa difícil. São muitos que eu tenho a convicção de que realmente são meus VERDADEIROS amigos. Pessoas que dividem os momentos de intensa alegria e que não esperam o chamado para socorrer nas horas de dor.
"Amigos são como anjos. Presentes em nossa longa jornada. Suas asas são o apoio nos momentos de queda. O sorriso, é o amparo e a força para continuar"
Sou grata a Deus, por ter me presenteado com lindos ANJOS.



domingo, 24 de julho de 2011

Sonhos e um piano

Mais de 120 minutos de espera. Estática em frente as catracas do Metrô Santana, em São Paulo. Lá estava eu, na manhã de hoje, esperando uma pessoa que me daria entrevista para o meu livro, projeto de TCC. Os pensamentos vagavam entre os objetivos, metas e receios quanto ao meu projeto, mas também entre muitos sonhos, alguns distantes e outros tão próximos. Sutilmente meus pensamentos foram embalados por uma melodia. Depois d as catracas, bem no canto, quase que invisível, ele se concentra. Os dedos deslizam pelas teclas do piano. É o som dos sonhos. O que ele tocava no piano, não era o mais importante para mim que por vezes nem conhecia a letra da música. Era o ato simples de embalar os passos dos desconhecidos que me encantava. Poucas pessoas paravam para apreciar o jovem músico, talvez movidos pela pressa, cansaço ou distração. Muitas pessoas transitam naquele espaço todos os dias, a todo momento. Quem são essas pessoas? Quais os seus sonhos? Suas preocupações? Quem é o jovem músico? Com o que ele sonha?
Não sei.
Fiquei ali, não mais parada. Minha alma ia onde os meus sonhos, embalados pelo som, chegavam. Lembrei com saudades das pessoas queridas que não tenho por perto todos os dias. Dos amigos que dividem  o peso das dificuldades; dos momentos inesquecíveis e tantas e tantas coisas que não consigo enumerar.
As sensações provocadas pelo som, certamente não vão ser esquecidas. Uma pausa para o descanso do jovem músico e a pessoa que esperava chega. Sigo rumo as meus objetivos do dia, embalada ainda pelo som do piano em minha mente.
....
Abaixo um trechinho da presença do jovem músico no Metrô Santana, SP

domingo, 10 de julho de 2011

Amor único, fiel e eterno

Quando se escolhem, a união é para sempre. Juntos lutam contra o tempo para estarem unidos. Mesmo que a morte leve um deles, o outro permanece fiel. Você conhece essa história?

Pois bem: esse é o Amor de Pinguim. Único, fiel e eterno. Eles costumam cumprir uma longa jornada a pé, enfrentando os obstáculos do caminho: animais, temperaturas baixas e ventos intensos. A finalidade é encontrar o amor verdadeiro.
Quando um pinguim encontra a sua parceira, logo se apressa em fazer o ninho. Mas esse pequeno recanto do amor é feito com pedrinhas e ele só consegue carregar uma de cada vez. Com afinco trabalha vinte e quatro horas, sem parar um minuto para ter o ninho perfeito para namorar. Quando o casal encontra um lugar com muitas pedras ai vem o desespero. A parceira também quer ajudar a carregar as pedrinhas. Cada um leva o que pode: uma pedrinha de cada vez. Com todo esse trabalho, o ninho pode ficar sem proteção, portanto, exposto a roubo. Mas eles precisam correr o risco para tê-lo pronto rapidamente. A união é para sempre.
(...)
Certa vez, eles se encontraram. Olhares traduziam o que logo começara dentro de cada um. Era uma sensação estranha. Os pés pareciam não responder as instruções da mente. Aliás, cadê a mente quando só o coração coordena as atitudes? Pareciam dois pinguins bobinhos: uma adolescente sonhadora e um tímido pinguim recém chegado a maioridade.
E agora? O que é mesmo que a gente faz quando o coração começa a bater rapidamente e só o mesmo nome, o mesmo rosto e a mesma voz passeiam pelos pensamentos? Como é mesmo o nome disso?
Claro que toda boa história, todo romance, precisa passar pelos obstáculos impostos. E lá estão claramente as dificuldades para os pinguinzinhos: distância e tempo.
Cada um morava em pólos diferentes. Ahhhh! Mas e o pombo? É, pombo-correio entrega cartas! Muitas delas foram enviadas para um pólo e para outro. Por mais de um ano, o pombo-correio teve papel fundamental na romance dos pinguinzinhos. É fato que um deles tinha um pouco de preguiça pra escrever, mas às vezes vencia a barreira e a pinguinzinha podia receber radiante a visita do pombo-correio.
O tempo passa, a saudade aumenta e as dificuldades também. Teria o pombo perdido o caminho? Teria se aposentado? Fato que as cartas não chegavam mais.
De repente, o pinguim, isolado na timidez, decide deixar o seu pólo e se aproximar do pólo oposto. Não foi uma boa ideia. Nem sempre está perto é realmente está perto. Por vezes, perto é longe demais. A pinguim adolescente retornou ao pólo oposto, mesmo sabendo que não encontraria seu companheiro lá. E quase encontrou. Ele chegou no dia em que ela saiu. Como diz o poeta “a vida é a arte de encontros ainda que haja desencontros ao longo da vida”. Fisicamente separados. Intimamente unidos.
E não é que eles descobriram uma nova tecnologia: O telefone!
Por mais de um ano, a comunicação se dividia entre a mais nova tecnologia descoberta e os trabalhos do pombo-correio novamente. Até que veio o peso da distância e do tempo outra vez. O romance estava acabando. Mas pinguim descansado é pinguim de férias. Eis que a não mais adolescente pinguim foi de novo para o pólo oposto. Dessa vez, sabia que o romance já havia morrido. Ainda que encontrasse o antigo companheiro, não daria para viverem para sempre atormentados pela ausência um do outro.
Que nada! Os olhares se encontraram. Uma sensação estranha. Os pés pareciam não responder as instruções da mente... Ali estava a imagem de um pinguim refletida no outro. É amor. Somente amor. Aquele sentimento que não se curva a pressão do tempo nem da distância, porque seu objetivo maior é unir uma parte a outra e logo formar o verdadeiro todo.
E não é que a mais revolucionária das invenções tecnológicas veio dá a sua contribuição ao romance: A internet! Agora os pinguinzinhos podiam namorar conectados. Nem por isso abandonaram os trabalhos do pombo-correio e a praticidade do telefone. Mais um ano separaram fisicamente os enamorados. O tímido pinguim deixou novamente o seu pólo de origem. A pinguim se apavorou com a lembrança da primeira viagem do amado. Ah! Mas dessa vez seria diferente!
Realmente foi diferente. Foi pior. Definitivamente o desgaste proporcionado pelo tempo e pela distância veio separar o casal. Restaram os pedaços do coração para serem juntados e inutilmente colados.  Cada pinguim vivendo em seu universo gelado. Ainda que o sol tentasse derreter a neve, o gelo se formava rapidamente alimentado pela tristeza e decepção. Acabou! Não era um verdadeiro amor de pinguim: único, fiel e eterno.
Dizem que a distância e o tempo servem para sufocar os pequenos amores e enaltecerem os grandes. Um ano depois, quando todas as esperanças já haviam sido assassinadas pela dor, os olhares se reencontraram. Aquela sensação de novo. Cadê o chão??? Quem era dono daquela imagem refletida? O tímido pinguim ou a antiga adolescente?
Tempo, distância, maldades... nada, absolutamente nada sufoca o verdadeiro amor. Aquele amor feito por Deus e por Ele criado para ser único, fiel e eterno.
Quase oito anos depois, o pinguim, agora não tão tímido, constrói apressadamente o ninho. A namorada ajuda ansiosamente, carregando uma pedrinha de cada vez.
Conhece essa história??? Ahhhhhh! É o mais lindo romance já escrito por mim. É aminha história de amor. E Você? Também vive um amor de pinguim???